Urubu-rei (
Sarcoramphus papa) é uma
ave da família
Cathartidae. Habitante de
zonas tropicais a
semi-tropicais, desde o
México à
República da Argentina, e em todo o
Brasil, onde sua caça é proibida, pois é considerada uma ave importante na limpeza do
meio ambiente, quando muitos animais são exterminados por doença, o urubu ajuda a controlar a epidemia comendo os animais mortos e agonizantes. Tem
cabeça e
pescoço nus, pintados de vermelho, amarelo e alaranjado, a parte superior do corpo amarelo-clara, esbranquiçada, asas e cauda pretas, o lado inferior branco, com plumagem branca e negra. Possui uma
envergadura de 2 metros e peso que oscila de 3 a 5 kg, medindo cerca de 85 cm de comprimento. Na natureza tem poucos predadores naturais, mas, devido à baixa reprodutividade da espécie e à degradação do seu
habitat, é uma espécie cada vez mais rara de se observar. Também é conhecido como
corvo-branco,
urubu-real,
urubu-branco,
urubutinga,
urubu-rubixá e
iriburubixá.
Características
O maior e mais colorido de todos os
urubus, recebe este nome por vários motivos: pela exuberante
coloração, presente principalmente na
cabeça, e de seu forte
bico que lhe proporciona ser o único urubu a conseguir a abrir as partes mais difíceis de seu
alimento, como a carcaça de um animal grande,
e sendo capaz de rasgar o
couro de um
boi ou de um
cavalo;
como é um urubu sociável frequenta carniça com outros urubus
e assim que ele "abre" uma carcaça é seguido por outras aves necrófagas, que se aproveitam da carcaça já aberta para se alimentarem,
quando ele não encontra a carniça espera que outros urubus achem-na, para então ele se alimentar, essas espécies que o acompanham na alimentação ficam afastadas, devido ao seu tamanho, dando a ele o aspecto de ser o
rei entre elas;
[5] essas espécies nunca disputam alimento com ele, esperam respeitosamente que ele se satisfaça para então comer o que sobra.
Tem até 3 vezes o tamanho das outras espécies, possui 85 cm de
comprimento, pesando aproximadamente 3
kg, podendo chegar a 5
kg, mas é bastante pequeno quando comparado a outros
rapinantes. Sua envergadura varia de 1,70 m a 2,00 m. De
narinas vazadas, tem pernas cinza e
garras longas e grossas, possui uma
crista carnuda e laranja, pendente no macho. O urubu-rei é mudo, não possui
siringe (
laringe inferior das
aves), sabe, porém bufar.
[6] A cabeça e o pescoço do urubu são implumes, isso quer dizer que não têm penas. Esta falta de
penas é uma adaptação de higiene, a falta de penas previne bactérias da
carniça, e expõe a pele aos efeitos esterilizantes do
Sol.
Raramente ele voa mais alto que 400 metros e podendo enxergar uma presa de 30 centímetros no solo, mas prefere animais grandes.
Destaca-se dos outros urubus pelo desenho branco e preto da asa e pela
cauda muito curta, o que lhe dá uma aparência
arredondada em vôo. Quando está sobrevoando uma área, chama a atenção o contraste entre o negro da cauda e asas com o corpo todo branco do adulto. Para diferenciá-lo do
Cabeça-seca a grande altura, observe que a cabeça e pescoço são pequenos e pouco notáveis, bem como os pés não aparecem depois da cauda.
Ao contrário dos
outros urubus, é todo negro até o sexto mês de idade. A partir daí, começa a adquirir plumagem branca amarelada do corpo; só às penas da cauda e as longas penas da asa continuam negras. É um processo de até
4 anos de duração. O pescoço é todo colorido,
alaranjado ou
vermelho. Essas cores fazem um intenso contraste com o olho branco, cor já exibida pela ave
juvenil. O urubu-rei não possui muitas diferenças sexuais, o
macho é levemente maior do que a
fêmea. Ao nascer, está coberto com uma fina
penugem branca, mantida nas primeiras semanas de vida.
[editar]Alimentação
Sua dieta é estritamente carnívora, mas nunca se alimenta de animais vivos, salvo se estiver faminto e a presa estiver agonizando. Como consumidores de carne em putrefação desempenham importante papel saneador, eliminando matérias orgânicas em decomposição. São imunes, aparentemente, ao
botulismo. O suco gástrico dos urubus é bioquimicamente tão ativo que neutraliza as toxinas cadavéricas e bactérias, eliminando perigos posteriores de infecção. Quando são alimentados em cativeiro com carne fresca, são limpos e sem mau cheiro.
Assim que avista uma carcaça, mergulha rapidamente em direção ao solo e pousa nas proximidades. Por mais fome que tenha, espera cautelosamente durante uma hora. Então, convencido de que não há nenhum perigo, come até mal poder se mover. De barriga cheia, exala um cheiro forte, repugnante.
E é exatamente durante a alimentação que ele, normalmente de hábitos solitários, é visto com outras aves de rapina, principalmente
urubus pretos (que mantêm distância respeitosa). Aparentemente, espera que os outros urubus encontrem a carniça através do
cheiro ou da
visão. Quando as espécies menores estão pousando para alimentar-se, esse comportamento denuncia a presença de carniça e o urubu-rei aproveita-se disso para chegar à fonte de alimentação. Em geral, um ou dois adultos, eventualmente algumas aves
juvenis, estão em uma carniça. Isso parece indicar a existência de território, onde as aves adultas evitam a presença de outros urubus-rei. Em algumas carcaças grandes, é possível se observar mais adultos. Mesmo com outros da sua espécie, só se encontra nestas ocasiões ou, claro, em época reprodutiva.
Urubu-rei voando (em
Piaui).
Na estação de reprodução que vai de
julho a
dezembro, o macho corteja a fêmea empoleirado ou no solo, abre e fecha as asas e exibe a vértice vivamente colorido, abaixando a cabeça. O casal escolhe um local sem muito capricho, no chão da mata ou no meio de pedras, ou em
morros. No último caso simplesmente aproveita um
ninho já existente, para fazer a postura dos
ovos que são em número de 1 a 2, mas com cobertura vegetal densa. A
incubação é longa durando de 53 a 58 dias. Enquanto a fêmea
choca os ovos, o macho sai a procura de
alimento para ambos. O casal pode se revezar na incubação. Quando o
filhote está nascendo, a fêmea ajuda a tirar a casca do ovo delicadamente, e quando finalmente o animal sai do ovo possui uma fina penugem branca, mantida nas primeiras semanas de vida, e com o passar dos dias seu aspecto lembra uma
bola de algodão. Logo é alimentado pelos pais com
regurgito. Atinge a maturidade sexual aos 3 anos, quando já pode apresentam coloração típica.
[editar]Comportamento
Ave diurna, pousa nas árvores mais altas da
mata, onde costuma dormir. Passar a noite empoleirada em um galho, sempre no mesmo lugar, o urubu rei levanta voo quando o sol nasce e plana acima do topo das árvores. Circula bem alto. Locomove-se no solo a custa de longos pulos elásticos as pernas são relativamente longas. Para a
termorregulação abre as asas e defeca sobre as pernas. É visto normalmente voando bastante alto, sozinho ou aos pares, raramente em grupos de vários indivíduos. É visto com outros urubus na alimentação, onde tem hábito solidário. Quando estão com a cabeça abaixada e um pouco inclinada estão desconfiados e observam algo com atenção. Esta mesma posição da cabeça abaixada e um pouco inclinada é usada, pelo macho no cortejo do acasalamento. Quando incomodados vomitam e sopram fortemente para afastar um intruso, característica também feita pelos filhotes, quando o intruso se aproxima o urubu-rei defende-se com as garras e, principalmente, com seu poderoso bico.
[editar]Outras informações
Urubu-Rei acolhido no
Zoologischer Garten Berlin.
É vulnerável à extinção, pois é o único urubu brasileiro que é afetado pela destruição de seu habitat, além de ser capturado para tráfico de animais por sua beleza, e ser captura para ser exposto como
troféu. Possui uma
distribuição abrangente, que vai de toda a
América Latina até ao sul do México. Habita florestas, mas principalmente áreas de
Cerrado. Embora presente em todo a
República Federativa do Brasil, é mais comum nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Encontrado também do México à
Colômbia,
Bolívia,
Peru, norte da
Argentina e
Uruguai. Habita regiões de florestas com clareiras (campos, pastagens) distantes de centros urbanos, nunca é encontrado em regiões desérticas.