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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Trinca ferro






O Saltator similis é conhecido como trinca – ferro no Brasil (tendo na Bahia também o nome de Estevão-da-Bahia), devido ao seu bico forte. Pertence ao gênero Saltator, família Emberizidade, subfamília Cardinalinae, ordem Passeriformes e subordem Oncines. Outros nomes associados a esta espécie são: esteves (Bahia), Estevão da Bahia, tico-tico-guloso, bico-de-ferro, pixarro e trinca-ferro-de-asa-verde


Possuem cerca de 20 cm e sua plumagem exibe a cor verde oliva no lado superior, garganta branca e estria malar realçada de branco. Esta espécie não apresenta dimorfismo sexual,   ou seja, os machos e fêmeas possuem o mesmo padrão de cor sendo o canto o fator que os distingue (Sick, 2001) A sua locomoção se dá principalmente por meio de saltos, característica do gênero ao qual pertence: Saltator.
Distribuição e habitats
Pode ser encontrados no Brasil em todo o centro-oeste, além de parte do nordeste, áreas da Mata Atlântica e sul do país, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
Os seus habitats naturais são as florestas subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude e florestas secundárias (vive em capoeiras, beiras de matas e clareiras, tanto em baixadas quanto montanhas), não sendo encontrado em matas primárias (Ribon, 2003)

Alimentação
Acredita - se que sua dieta seja constituída predominantemente por insetos e complementada por frutos (Pizo et al., 003), podendo alimentar-se também de pequenos vertebrados, inclusive atacando ninhos de outras aves para alimentar-se de ovos e filhotes.

Nidificação
 O ninho é construído em arbustos a 1 ou 2 m de altura, é uma tigela espaçosa, com cerca de 12 cm de diâmetro externo, feita com folhas grandes e secas seguras por alguns ramos, resultando uma construção frouxa; no interior são colocadas pequenas raízes e ervas. Os 2 ou 3 ovos, alongados, medem cerca de 29 x 18 mm e são azul-claros ou verde-azulados, com manchas pequenas e grandes no pólo rombo, formando uma coroa.

Reprodução
Entre julho e novembro está no período reprodutivo, formando casais e afastando os outros trinca-ferros do local, agressivamente. Os 2 ou 3 ovos, alongados, medem cerca de 29 x 18 mm e são azul-claros ou verde-azulados, com manchas pequenas e grandes no pólo rombo, formando uma coroa. Assim, sua ninhada consiste normalmente em 2 ou 3 filhotes, podendo haver exceções.

Na maior parte do ano os indivíduos são solitários, formando casais no período reprodutivo. Enquanto o casal permanece junto, o macho na maior parte do tempo utiliza o seu forte canto para intimidar outros machos e indivíduos de outras espécies que possam ameaçar seu domínio naquele território, principalmente no horário da manhã que é o de maior atividade das aves. Assim são  extremamente valentes na época de reprodução, uma conduta condizente com a espécies com a esperada para animais territoriais: machos intolerantes e agressivos com outros machos, mas no período de descanso costumam ser vistos em bandos.
O ninho do Saltator similis geralmente é construído entre 1 e 2 m do nível do chão e possui cerca de 12 cm de diâmetro e 11 cm de altura. Os materiais utilizados na construção são talos e macega, forradas posteriormente com raízes finas. Os ovos são encubados em média por duas semanas. Os filhotes nascem muito frágeis (filhotes nidícolas), totalmente nus com os olhos ainda fechados, precisando de muita atenção dos pais, que necessitam buscar alimento para a prole durante quase todo o dia. Em geral, o cuidado parental dura de 3 a 4 semanas, até que os filhotes possam sobreviver por conta própria.

A maior dificuldade em conseguir sua reprodução em cativeiro está na alimentação dos filhotes, que consiste basicamente em insetos, sendo que na natureza os pais fornecem uma grande variedade de espécies a fim de conseguir todas as proteínas necessárias para o desenvolvimento necessário dos filhotes. Seu habitat natural é a orla das matas, dificilmente sendo encontrado em regiões de mata fechada, preferindo viver na capoeira.

Vocalização 
O canto do macho é o mais melodioso, sendo repetido, continuamente, ao longo do dia durante a nidificação. Compõem-se de 4 ou 5 sílabas separadas, assobiadas, as duas primeiras mais rápidas e a última mais lenta. A segunda e a penúltima mais alta. Seu canto varia um pouco de região a região, embora mantenha o mesmo timbre. Em alguns casos a fêmea pode desenvolver uma espécie de canto parecido com o do macho, mas não tão alto, sendo perfeitamente distinguível. Não se sabe ainda o motivo palo qual algumas fêmeas desenvolvem este canto. Tal fenômeno foi observado em aves mais velhas

Ameaças
Devido ao seu canto forte e melodioso muito apreciado por criadores, as populações naturais de S. similis estão sendo gradativamente dizimadas pelo extrativismo e pelo tráfico ilegal de animais silvestres. No Brasil existe uma cultura de criação em cativeiro de pássaros canoros da fauna nacional, gerando torneios com intuito de verificar qual indivíduo canta mais (torneios de Fibra). Esta cultura é especialmente forte no Estado de Minas Gerais. Como a maioria dos criadores tem como público alvo os participantes de torneio, os reprodutores de cativeiro serão os indivíduos cujo comportamento de canto consiste em altas taxas de repetição de um canto (Marques, 2009).

É uma ave altamente valorizada por criadores e é alvo constante de contrabandistas de animais silvestres. Sua criação em cativeiro exige autorização especial do IBAMA, uma vez que este pássaro faz parte da fauna brasileira. Recomenda-se, para aqueles interessados em criar esta ave, a compra de espécimes provenientes de criadouros certificados e anilhados,a fim de evitar o contrabando de aves.
Essa cultura tem como conseqüência a captura ilegal desses organismos na natureza para criação em cativeiro, ameaçando a sobrevivência da espécie.

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